A cultura, bem como os costumes e as tradições de um povo são, sem dúvida, seu maior tesouro. O xamanismo se adapta bem a este conceito, pois revela com sabedoria e beleza toda a crença de um povo milenar: o indígena. Os índios sempre foram figuras-chaves na história e na formação de diversas civilizações ao redor do mundo. Sua forte ligação com a natureza e com os espíritos nos proporciona segurança para confiar em seu modo de viver e compartilhar de seus ensinamentos. Além disso, o respeito pelos mais velhos e pelo movimento cíclico e sábio da vida foi abrindo espaço para a reconexão ancestral do homem atual. O xamã em culturas tribais é a pessoa que vê o mundo sagrado. Na Amazônia geralmente recebe a denominação de pajé cujas atribuições são as mesmas. Através de rituais ele traz as visões do mundo dos espíritos antigos e animais do poder. Por este processo ritualístico semelhante a uma oração, imagem e arte, o xamã se cura, assim como aos outros e a terra. O xamã manifesta a realidade do mundo visionário no mundo exterior. É através deste personagem, protagonista juntamente com o jovem iniciado Gabriel Ashaninka que esta obra se propõe a promover uma reconexão ancestral ao leitor impulsionando-o a uma viagem pelo universo mítico dos povos amazônicos decifrando, difundindo e valorizando os saberes e sabores, deste magnífico santuário esmeralda. Conhecê-la é conhecer às nossas origens para que possamos multiplicar estas sabedorias e assim tornarmos possível o sonho de um mundo sustentável para nossos filhos e os filhos de nossos filhos. Seja bem-vindo!