a presente investigação pretende debruçar-se sobre a produção de webdocumentários com vistas a examinar os modos pelos quais operam as narrativas, mais especificamente, as narrativas em paralaxe, bem como a sua integração aos processos de interatividade gerados em tais produções, considerando o contexto de desenvolvimento de redes sociotécnicas. No escopo desta pesquisa a questão do ponto de vista será fundamentada na noção de paralaxe, como a formula Slavoj Žižek (2008). O webdocumentário, portador intrínseco de não-linearidade ou, ao menos, de multilinearidade, seria um suporte capaz de privilegiar uma escrita/leitura que permitissem ao leitor conhecer a história de diferentes ângulos, no âmbito da produção de linguagens digitais. O recorte compreende o período entre 2002 e 2020, compreendendo-se, portanto, duas décadas, sobres as quais foi elaborada uma cartografia possível . O livro estrutura-se em três capítulos: "O webdocumentário: Cinema e novas lógicas de produção cultural", que discute o ambiente que possibilitou o surgimento dos webdocs; "Duas décadas de webdocs – cartografias possíveis", analisa os dados coletados na amostra e identifica as principais características do gênero na primeira (2002-2011) e segunda (2012-2020) décadas do gênero e,, "O webdoc e as narrativas em paralaxe", que pretende conceituar narrativa em paralaxe e apresentar uma primeira tipologia: 1.Narrativa em paralaxe granular; 2.Narrativa em paralaxe sinérgica; 3.Narrativa em paralaxe multiforme; 4.Narrativa em paralaxe imersiva.