O livro Vouchers na Educação: o pobre e o rico na mesma escola traz um olhar inovador (e surpreendente) para o debate público sobre um dos temas fundamentais para o desenvolvimento do país: a qualidade da educação básica. Como o poder público não vem conseguindo melhorar o ensino nas últimas décadas – mesmo aplicando cada vez mais recursos no setor –, é hora de se pensar em alternativas.
A ideia é ousada: em vez de ofertar diretamente o ensino, o governo pode ajudar a financiar o acesso, nas mesmas escolas particulares frequentadas pela elite, daqueles que, sozinhos, não têm condições de custear a educação de seus filhos. É uma proposta que combina dois conceitos geralmente apresentados como antagônicos, mas que na verdade podem ser somados: a liberdade e a igualdade.
Com uma combinação bastante equilibrada de elementos de economia, de ciência política e de políticas públicas, o livro conduz o leitor, de forma muito fluida, por uma experiência nova que o fará repensar conceitos normalmente tidos como inquestionáveis – e por certo irá agradar principalmente quem gosta de história, de política e de economia.
Trata-se, sem dúvida, de uma proposta mergulhada em polêmicas e que desafia frontalmente a tradição escolar brasileira, colocando em xeque o status quo acadêmico no campo da educação. A quem for ler este livro, o autor faz apenas um pedido: que analise e discuta as ideias apresentadas sem se deixar influenciar a priori pelos tradicionais dogmas e preconceitos tão comuns entre educadores e formuladores de políticas públicas na área de educação.
Educar é estar sempre aberto a novas possibilidades e, talvez, seja mesmo necessário mudar profundamente a forma de se pensar o ensino básico no país. Afinal, independentemente de ideologias, o direito a uma educação de qualidade para todos os cidadãos deve ser considerado sempre em primeiro lugar.