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Voo breve sob o sol

Voo breve sob o sol

Sinopse

<p><em>Voo breve sob o sol</em> &eacute; o terceiro livro de poemas da ga&uacute;cha Ana Costa dos Santos, vencedora dos pr&ecirc;mios Governo de Minas Gerais de Literatura e Minuano com <em>Fabul&aacute;rio</em> (2019), e finalista por duas vezes do pr&ecirc;mio A&ccedil;orianos. Se entre os feitos mais admir&aacute;veis da poesia est&aacute; a capacidade de dividir com os leitores um momento que &eacute; t&atilde;o fugaz quanto eterno &mdash; fugaz <em>como</em> captado pelo poema, eterno <em>porque</em> captado pelo poema &mdash;, a poeta aqui faz com que nos deparemos, a cada p&aacute;gina, com essa for&ccedil;a rara, que entrega em nossas m&atilde;os os cacos ainda quentes de uma experi&ecirc;ncia que se desfaz rapidamente, mas que, ao mesmo tempo, afeta de modo indel&eacute;vel nossa sensibilidade.</p>
<p>Composto por poemas escritos antes, durante e depois da pandemia, <em>Voo breve sob o sol</em> sintetiza a atmosfera de inseguran&ccedil;a que se adensou no per&iacute;odo de isolamento (&ldquo;um corpo/ ausente habita/ todos os c&ocirc;modos&rdquo;), mas demonstra que nossos medos n&atilde;o nasceram nas trevas pand&ecirc;micas, tampouco se desfizeram quando pudemos voltar &agrave; luz do sol. Em verdade: &ldquo;atravesso este dia como quem/ atravessasse um rio/ perigoso// recordo a meio caminho/ que n&atilde;o sei nadar&rdquo;.</p>
<p>No luto pela av&oacute;, por exemplo, que aparece &ldquo;suspensa/ entre a vida e a morte&rdquo;, &eacute; poss&iacute;vel ver um horizonte mais amplo, que abra&ccedil;a nossa exist&ecirc;ncia fr&aacute;gil. Somos, afinal, p&aacute;ssaros de &ldquo;voo breve&rdquo;, como tantos que batem asas nestas p&aacute;ginas. Procuramos luz (no sol, nos vaga-lumes, nos versos), mas colidimos. Por isso, se aquela &ldquo;suspens&atilde;o&rdquo; se tornou mais aguda na pandemia, em momento algum ela &eacute; menos angustiante diante do olhar da poeta, que se sabe ref&eacute;m do acaso e da incompletude: &ldquo;tudo o que escrevo quando tentava escrever outra coisa/ e tudo o que jamais caber&aacute; neste poema&rdquo;.</p>
<p>Para nossa sorte, &eacute; sempre muito &mdash; e muito intenso &mdash; o que cabe nos versos de Ana Costa dos Santos: quando ela fala e, n&atilde;o menos, quando ela cala.</p>