Décimo livro de poemas de Carlos Newton Júnior, considerado pela crítica como um dos maiores poetas brasileiros da atualidade, "Vontade de beleza" trata de temas caros à poética do autor, da lírica amorosa ao poema de protesto, passando pela finitude da existência e pelo próprio fazer poético e artístico, de um modo geral. A "vontade de beleza" nada mais é do que o misterioso impulso que nos leva à criação artística, e a dimensão estética encontra-se, por sua vez, no cerne do próprio conceito de humanidade. Poeta muito apegado à tradição, Carlos Newton Júnior dialoga com grandes autores da literatura universal, sejam eruditos ou populares. Segundo o crítico Wagner Shadeck, que assina o posfácio do livro, Carlos atinge o universal a partir do local, tratando dos temas universais a partir da sua aldeia. Advém daí, certamente, o seu apego tanto a formas poéticas tradicionalmente ligadas à literatura erudita, como o soneto, quanto a outras de viés mais popular, a exemplo da quadra com versos de sete sílabas.