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Vivere

Vivere

Sinopse

Para nominalizar o termo "vida" é preciso que o ato de viver seja uma constante. A vida não se dá pela abstração genérica, tal qual uma ideia absoluta no panteão da metafísica, onde os seres são únicos e imutáveis. A vida é constituída por atos acumulativos de experiências vividas no presente. Ela se revela a cada instante incalculável em seus átimos simples. Os tempos de vida se atomizam em pedaços e instantes nomináveis. Reflexões acerca da vida, da existência, do desejo, do tempo e do viver são recorrentes ao percorrer a poética de José Antônio Gomides em sua obra de estreia Vivere: poemas, que se revela como poesia-substancial: poemas de temporalidades e de experiências sutis e simples que são elaborados lentamente pela pena da experiência e da maturidade. Enxergar o simples, o óbvio da existência, requer um olhar atento ao sensível. Um olhar que já decupou o complexo do ser, capaz de atribuir aos seres, sejam animais, objetos, plantas, parentes, ou o próprio eu, suas materialidades únicas e singulares. Sem qualquer julgamento, ou mesmo preconceito ou culpa, os versos realizam um eterno retorno ao simples, em toda a sua potência de ser permeada por desejos, memórias, dores e gratidão pelas experiências vividas. As linhas poéticas delineadas pelo autor tocam fundo a singeleza com uma linguagem ladrilhada por contornos sóbrios e tradicionais. Um estilo que transita entre tempos que vai do português contemporâneo às raízes latinas da língua. Para haver vida no presente, é preciso reconhecer sua historicidade acumulada, advinda de tempos clássicos. A trajetória poética dos versos nos leva direto ao passado pelos descaminhos de viver, ou como diziam os ancestrais de forma infinita e imperativa: vivere. Geison de Almeida Bezzera Silva.