É interessante ler as obras poéticas dos nossos antecessores, principalmente daqueles homens do século XIX. Através da leitura atenta das obras podemos localizar e entender, na interpretação das entrelinhas, o Homem, ser sensível, que respira e vive os problemas do seu tempo. Podemos questionar: Como era a vida naquele tempo? Como era o trabalho naquela sociedade? A Educação? A Política? Como era viver em tempos de Monarquia? Como eram as reuniões sociais? E é claro o objetivo maior: crescer literariamente e somar mais conhecimentos sobre a Arte do Belo, ou seja, a Arte da Bela Escrita, aquela que é capaz de conduzir sentimentos ao coração e despertar a sensibilidade das pessoas. Podemos tentar encontrar, descobrir vínculos com o Autor, analisando as genealogias de nossas famílias, procurando assim descobrir um parentesco, mesmo que longínquo com o autor. Podemos também procurar o Homem dentro da obra, ou seja, em seus poemas, verificando o conjunto de ideias aplicadas ao tema, o conjunto de estrofes; os versos, a sonoridade proporcionada pelas rimas, as entrelinhas, o momento político, o momento histórico e assim, procurar dados que denunciem a psiquê do Autor, que revele o seu caráter, que mostre as suas preferências, que informe como era o lazer na época em que as poesias foram compostas e cormo era o seu efeito na sociedade. Que nos mostre também como era seu convívio, ou seja, o amor pelos pais, pelos filhos, pelos vizinhos, pelos animais e até pela sociedade em que ele viveu, verificando todos seus registros, porque acreditamos que é possível encontrar na obra todo o cerne do escritor. Os temas selecionados pelo nosso Autor são os do cotidiano de qualquer pessoa, fato que tira a poesia de sua Torre de Marfim e a transporta para o cotidiano e a faz ser mais bela ainda e desperta mais a curiosidade dos leitores, são os seguintes temas: a família – no caso a irmã doente, anjos, versos, pássaros – Gaturamos, outros poetas - O comediógrafo Anacreonte, Petrarca, Dante, Camões, Castro Alves; o verde representado pelas árvores, os sonhos de juventude, a liberdade desejada por todos; a fé que todos devem ter, as aspirações de crescer na vida, vencendo todas as nossas metas, entre outros fatores, que tornam a sua poesia moderna, atualizada, proporcionando momentos agradáveis de prazerosa leitura. Nossos autor além de poesias, dividia seu tempo entre a política e a advocacia, mesmo assim, ao que parece, arranjou tempo para cuidar de seus trabalhos literários (percebemos na elaboração o cuidado com vocabulário e com a sonoridade, com a métrica – sendo os versos, na maioria, decassílabos; a utilização de sonetos – poesia de forma fixa entre outros fatores que embelezam a poesia e demonstram a cultura do Autor), com a utilização de todos estes cuidados, culmina o nosso poeta com um trabalho de fino acabamento literário. As poesias, apresentam uma temática atual, superando assim a poeira dos tempos e colocando José Bonifácio de Andrada e Silva, o Moço entre os grandes nomes da nossa Literatura. Escolhi, entre elas, 20 sonetos, ou seja, vinte poesias de forma fixa; e vinte e quatro poesias de forma livre; mas existem muitas mais, que refletem todo o talento do nosso, brasileiríssimo autor e espero que com isso consigamos atrair a atenção do leitor moderno e angariar minutos do seu precioso tempo. Esperamos também chamar a atenção para os trabalhos poéticos de nosso romântico poeta. Ou seja, José Bonifácio de Andrada e Silva (1753-1848), o Moço - neto do Patriarca da Independência do Brasil, fato ocorrido em Sete de Setembro de 1822 (Independência ou morte!). Contêm 28 ilustrações e 01 fotografia do Autor. Rio de Janeiro, 1º de julho de 2019. Augusto de Sênior. (Amauri Ferreira)