As controvérsias em torno dos videogames se confundem com sua própria história. Neste livro, o autor, Salah H. Khaled Jr., gamer desde a década de 1980, recusa a explicação maniqueísta de que jogos violentos provocariam agressividade e dessensibilização. Além de analisar o discurso jornalístico e político em casos de violência envolvendo gamers, o autor reúne vasta bibliografia para sustentar que muitas pesquisas apresentam falhas metodológicas e não são capazes de apontar com segurança uma relação causal entre games e agressão e entre games e perda de sensibilidade diante da violência real. Para ele, "A suposta conexão entre games e violência não é mais que um discurso produzido pela imprensa, recepcionado por políticos e grupos de pressão e, de certo modo 'certificado como verdadeiro' por alguns pesquisadores, cujo resultado conduz à criminalização cultural dos games, e também dos criadores e jogadores. Trata-se de um complexo processo de difusão de pânico moral por reacionários culturais". O livro também mostra que a indústria do videogame tem usado a polêmica a seu favor, muitas vezes ela mesma desencadeando deliberadamente o pânico, visando exclusivamente à compensação financeira. Com formação acadêmica em Criminologia, Direito Penal e História, Salah H. Khaled Jr. é um jogador aficionado. Este livro, escrito com rigor e espirituosidade, tem leitura ágil e reúne discussões de campos diversos, incluindo psicologia, ética, jornalismo e cultura pop.