Como diversos impasses contemporâneos têm sua origem na inversão das proporcionalidades, na unilateralidade, no dualismo, no processo descontrolado de desintegração, na ausência de uma globalidade criteriosa, de um eixo decisivo e de uma simultaneidade ternária mais ampla (Princípios, ponto de apoio, técnica; espírito, alma, materialidade; teoria, sentimento, prática; passado, presente, futuro etc.), o presente trabalho tem por objetivo responder a questões primordiais, geradas por posturas limitantes face à realidade caótica, incerta; multidimensional, abrangente e complexa, visando à elucidação do processo e das possibilidades de renovação e reformação da Constituição Ternária, não apenas através da Filosofia (como fundamentação crítica das teorias e das práticas e em sua função interdisciplinar), da Ciência do Homem (a mais necessária de todas as ciências), mas também dos imprescindíveis pontos de apoio, encontrados na Arte, na articulação estratégica (Arte de Viver) e na previdente sensibilidade (funcionalmente, a utilização analógica de todos os tipos de alavanca), como fulcro: ternariedade exemplificada e implícita na própria concepção filosófica e educacional de Nietzsche. Nos diversos campos do conhecimento e atuação humanos, como esta instigante ternariedade deve ou pode ser concebida, articulada, desenvolvida, corrigida e aplicada, de modo a encaminhar soluções mais efetivas – eis a questão central.
Com vistas ao que necessita de recondicionamento intencional/voluntário, ao que precisa ser reeducado, ao desenvolvimento integrador (tecnológico/mecânico e orgânico/vital; especializado/profissional e existencial), à utilização evolucionária das crises, aos critérios globais condizentes e à possibilidade de encaminhamento de soluções no foco original dos problemas, este trabalho focaliza a abordagem e a busca de respostas possíveis, viáveis, criteriosas – na História da Filosofia e na obra de Nietzsche – às desafiantes condição e constituição ternárias, em meio à própria vida, essa desconhecida.