A luta pela terra realizada por famílias camponesas em frações do território capitalista no interior da diversidade socioespacial brasileira é o tema motivador deste estudo. Pretendeu-se compreender e decifrar o movimento, a marcha e a luta da classe camponesa na construção do território camponês para contribuir para o debate e para a construção de teorias explicativas da realidade agrária brasileira. O leitor deve se emocionar com a trajetória de vida das famílias camponesas participantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ? MST no seu protagonismo, que resultou na implantação de territórios camponeses, como o são os assentamentos de reforma agrária. O Estudo revela as práticas e estratégias de luta pela terra vividas pelas famílias, desde a formação dos acampamentos até a instalação e consolidação dos assentamentos. A noção de territorialização foi usada como noção chave no estudo do movimento de luta das famílias camponesas pela terra para nela permanecer e para avançar na sua reprodução social. A pesquisa de campo foi desenvolvida durante o ano de 2007 nos assentamentos do MST em Belém-PA, Remígio-PB e Governador Valadares-MG. Esses foram escolhidos pelo fato de retratarem três distintas realidades socioespaciais brasileiras, respectivamente: da Amazônia paraense, no Norte brasileiro; do Sertão paraibano, no Nordeste, e do Vale do Rio Doce do estado de Minas Gerais, no sudeste do Brasil.