Vermelho-sangue & carmim narra uma saga familiar, a começar por João Dias, que deixa o ambiente urbano de Belém para se aventurar com a esposa pelos rincões amazônicos do sul do Pará. Ali, se depara com os perigos inerentes aos conflitos agrários, ao ocupar com a família um assentamento de trabalhadores sem terras. Seu filho, Joselito Dias, dá continuidade à luta política do pai, torna-se um parlamentar e faz do enfrentamento à violência no campo um dos pilares de seu mandato. Ao lado disso, ele também precisa lidar com situações que envolvem a delicada relação da ética com a política, ao mesmo tempo em que, no plano pessoal, seu amor pela mulher de um de seus assessores o coloca em grandes dilemas morais. Trata-se de uma narrativa em que situações de violência e paixão nos arrebatam para o universo desses personagens e de outros, cujos destinos se entrelaçam aos deles. Enquanto se encaminha para o desfecho da trama, o leitor se choca com uma realidade brutal, visitando lugares onde o Estado parece estar ausente, deixando lacunas que são ocupadas pela lei do mais forte. A promiscuidade entre o público e o privado nas questões políticas é também um ponto presente na narrativa e nos convida a refletir sobre esse problema que parece ter sido, desde sempre, institucionalizado na forma como se conduz os rumos deste país.