O livro ""Veredas nativas"" é uma "pesca indígena em Guimarães Rosa", em que o autor, o pesquisador Edinael Sanches Rocha, analisa "ângulos incomuns para deslizar na beleza do escritor. A obra vai puxando fios de duas teias imensas: Guimarães Rosa e o Universo Indígena, delas fazendo uma rede a nos embalar, com escrita bela, límpida, fluida, elaborada". Mostrando-nos a relevância simbólica do buriti na obra de Guimarães Rosa, mesmo que essa conexão não seja visualizada de forma clara, é na feminilidade, na ancestralidade mítica, no encontro erótico, nos tamanduás, que se pode, por exemplo, ligar a literatura rosiana à cultura dos povos originários brasileiros. O autor faz associações entre mitos e características indígenas, expande-se em nomes e documentos para garimpar referências, propondo correlações de forma cuidadosa entre o texto de Rosa e o imaginário de diversas etnias. Tecendo um discurso crítico enquanto atravessa essa "floresta de símbolos", que nos observa com os seus "olhares familiares", o resultado final é uma rede plena de sentidos, que nos convida à reflexão, ao desfrute, ao sonho.