Em Vênus em Gêmeos, Carla Miguelote canta com voz ativa e ousada as aventuras e reveses do amor entre mulheres. Inserindo-se na melhor tradição da poesia erótica feminina – à qual presta homenagem na figura de Gilka Machado –, esta autoficção poética nos faz rir com leveza dos padrões sexuais normativos pelo simples exercício do prazer de ser uma mulher livre. Sob a égide da lua, a um só tempo romântica e realista, "iluminando os seios nus, os ventres nus e as formas nuas" de mulheres sensuais, vemos despertar um "bando de sereias" enquanto percorremos os dedos pelas páginas como quem descobre as zonas erógenas do corpo amado.