Educação superior como um direito de todos ainda é uma utopia no Brasil. Por mais que bons ventos apresentem a possibilidade de ingresso nesse espaço privilegiado, há uma parcela da sociedade que historicamente não a enxergava e/ou enxerga. Ainda há uma realidade nebulosa e com muitos raios e trovoadas, pois não se trata apenas de se abrir a possibilidade de acesso, mas garantir a permanência e a integralização curricular no tempo esperado/previsto nos projcetos pedagógicos dos cursos. É nessa realidade turbulenta que as reflexões da obra Ventos, trovoadas e brisas no ensino de Libras na educação superior são construídas. A comunidade socialmente organizada de pessoas Surdas brasileiras lutou e conquistou o reconhecimento legal da Língua Brasileira de Sinais como meio legítimo de sua comunicação e aprendizagem escolar. Entretanto são necessários alguns questionamentos: como essa realidade vem sendo construída? Como as instituições públicas de educação superior têm se portado diante das atribuições que o decreto 5626/05 lhes conferiu? Qual o espaço alcançado pela Libras na educação superior? Essas indagações são apresentadas e exploradas nesta obra, resultado da vida de uma pesquisadora Surda que vivenciou e atuou integralmente no movimento de luta desse grupo socialmente organizado e de sua colaboradora ouvinte, mas compromissada com a comunidade Surda. A obra é um convite à imersão nos dilemas dessa realidade – Educação Superior e Ensino de Libras.