O pressuposto central deste estudo foi que, independentemente da idade, somos seres de cuidado, da infância à velhice, e, sendo assim, o valor da vida não muda em função da dimensão cronológica. Daí a urgência da construção de uma cultura do cuidado numa perspectiva intergeracional e, sobretudo, garantida pelo Estado. Paralelo a essa compreensão, urge também refletir sobre a transformação da sociedade, porém o imaginário coletivo preserva representações de um tempo inconciliável com a contemporaneidade, a exemplo do cuidado ser atribuído como função nata da mulher. Logo, foi de interesse desta pesquisa rever tal determinismo biológico, bem como analisar as configurações das políticas sociais em três países da região mais desigual do mundo, a América Latina, no que concernem ao cuidado voltado à população idosa. Nessa direção, a partir dos contextos da Argentina, do Uruguai e do Brasil, foi relevante identificar em que esses países se assemelham e se distanciam nas relações de cuidado nas suas mais diversas expressões.