Diante do notório silenciamento sobre as mulheres presas idosas no sistema prisional brasileiro e partindo da premissa de que compreender melhor as questões específicas sobre as condições de saúde dessas mulheres é também desvendar lógicas e dinâmicas societárias do contexto brasileiro atual, este estudo analisou as condições de saúde física e mental de mulheres idosas institucionalizadas nas unidades prisionais do estado do Rio de Janeiro. Sendo um estudo quantitativo e qualitativo, como instrumentos foram aplicados 31 questionários e 2 entrevistas em profundidade, em mulheres com idade a partir de 60 anos. Como resultados, foram apresentadas as principais doenças de ordem física e mental, os principais sintomas, bem como as análises relacionadas ao cotidiano prisional, relacionamento entre as presas, atividades realizadas no presídio e percepções que as participantes nutrem a respeito de seu futuro e do que significa ser idosa no cárcere. Como conclusão, restou demonstrado que o ambiente prisional tem impacto negativo direto sobre as condições de saúde física e mental destas mulheres, sendo um espaço que, pela precariedade estrutural, escassez de medicamentos básicos, alimentação de qualidade e limitado acesso aos serviços de saúde, demonstrou ser ineficiente em fornecer assistência de qualidade à crescente população carcerária de mulheres idosas, o que por consequência potencializa os problemas de saúde por elas enfrentados.