A ideia para este livro nasceu de uma memória de infância, de um momento simples e até cômico, quando minha mãe se exasperava com a bagunça e o caos que eu e meus irmãos deixávamos para trás. Ela costumava nos chamar de vândalos, míseros e lázaros – palavras que, no calor do momento, carregavam uma carga de desaprovação e irritação, mas que, com o tempo, começaram a revelar um significado muito mais profundo. O que para ela era uma repreensão doméstica acabou despertando em mim uma reflexão sobre forças fundamentais da existência: a destruição, o desejo insaciável e o renascimento.