A obra se insere no amplo campo de estudos sobre sociologia, filosofia, geografia e economia política urbana, discutindo o modo de produção das cidades e do espaço urbano. Analisa e articula as contribuições de Marx e Engels, Lefebvre, Poulantzas e Harvey sobre os sentidos e os propósitos do movimento de transformação da sociedade em direção à utopia. Os dois capítulos centrais buscam estabelecer uma unidade dialética entre um processo analítico e de mediação – o diagnóstico – que explica parcialmente a vida urbana, e um apontamento que traça um possível desenvolvimento futuro, resultado ou síntese desse mesmo processo – o prognóstico. A linha argumentativa exposta num primeiro momento destaca que, no contexto do capital financeiro, neoliberalismo e austeridade, existe uma forma capitalista de produção do espaço social contraditória e insustentável. Em seguida, busca-se identificar na literatura proposições de superação de algumas dessas contradições atuais do capitalismo, trabalhando com a teoria munida das práticas propostas, como, por exemplo, o socialismo democrático urbano, num sentido de elevação da classe trabalhadora a uma posição privilegiada em relação ao capital. Passa-se da crítica do planejamento urbano a um planejamento urbano crítico, no qual se apropriar do horizonte último de análise e de práxis significa buscar no curto, médio e longo prazos uma correlação de forças capaz de efetivamente transformar radicalmente o espaço urbano.