A partir da leitura de estórias escritas por João Dias, José Craveirinha, Luís Bernardo Honwana, Costa Andrade, Antonio Cardoso, Luandino Vieira, Arnaldo Santos e Jofre Rocha nas décadas de 50 e 60 no contexto colonial angolano e moçambicano, o livro Uns contos iguais a muitos analisa as estratégias narrativas utilizadas para formalizar a violência das relações de trabalho impostas pelo colonialismo. No estudo dessas narrativas engajadas, Luiz Fernando de França focaliza e sistematiza as estruturas convergentes que denunciam a exploração do(a) trabalhador(a). Além disso, diante da "vida rastejante" e dos "caminhos fechados", da imobilidade e do racismo, o autor revela como as estórias africanas também estruturam um processo de resistência no qual os(as) trabalhadores(as) enfrentam seus agressores e promovem a contraviolência do colonizado.