Nós somos livres para fazermos nossas escolhas ou existem forças conduzindo nossas condutas?
Nas sociedades modernas, é forte o entendimento que uma boa educação é fator determinante para o desenvolvimento. A Constituição Federal de 1988 define a Educação Básica como obrigatória, gratuita e universal. A Lei nº. 9394/96 passa a exigir formação superior como requisito obrigatório para o exercício da docência. Os governos estaduais e municipais passaram a adotar estratégias para adequar os respectivos sistemas de ensino às novas exigência de formação docente. O professor e a profissão docente tornam-se prioridades das políticas educacionais.
Esta pesquisa tratou das práticas de governamento (condução das condutas) que constituíram a obrigatoriedade da formação superior de professores que atuavam em escolas públicas no Piauí, operacionalizada por meio de uma rápida expansão da Universidade Estadual do Piauí – UESPI.
Objetivo do estudo é conhecer as ações de Estado que determinaram a formação de professores e quais os efeitos dessas ações, observados nas narrativas dos professores. Para as análises do material de pesquisa, foi utilizado o conceito-ferramenta de inspiração foucaultiana de governamento. Ao fim do estudo, conclui-se que as práticas de governamento de Estado sobre os professores mostraram a sua eficiência nas formas dos professores assumirem para si, a necessidade de formação como uma verdade inquestionável; quando o desejo do Estado passa a ser o desejo do sujeito.