Acostumados a agir e pensar automaticamente, nós nos dispensamos diariamente da tarefa de pensar. Tal dispensa ou recusa nos equipara a autômatos programados a responder ou corresponder a estímulos ou apelos. Inconscientes de nosso lugar no mundo, seríamos ainda capazes de pensar? E mais, seria possível ainda, num mundo dominado pela técnica e pelas tecno-logias, algo assim como a liberdade ou, pelo menos, o pensamento sobre a liberdade? Paradoxalmente, diante da falta de pensamento e da falta de liberdade, somos obrigados pelos fenômenos mesmos, neste caso pelo fenômeno da ausência de pensamento e de liberdade, a pensar e a vislumbrar, pelo pensamento sobre a liberdade, alguma forma de liberdade.