A religião de cada povo dominou o ambiente sociocultural e político de cada época
impondo as suas verdades espirituais. Até o final do século XVIII as grandes
religiões que sobreviveram ao tempo, fundamentavam as suas doutrinas na ideia de
que a Terra era o centro do Universo e que a humanidade, nele existente, era a única
no Universo. Só no alvorecer do século XX é que coube a ciência modificar
definitivamente essa perspectiva míope das religiões, ao estabelecer a mais
extraordinária visão do Universo e de vidas nele difundidas, à medida que comprovou
que a nossa Galáxia – a Via Láctea – possui mais de 200 bilhões de estrelas, que
levam com ela um cortejo da ordem de quatrilhões de planetas possíveis de serem
habitados; que o Universo possível de conhecer estende-se num raio de 13 bilhões de
anos luz e reúne cerca de 100 bilhões de Galáxias, de modo que não há espaço
restritivo para se entronar um deus pessoal e único na cosmovisão da verdade
científica.