E se tudo o que você acreditava ser verdade não passasse de um erro bem contado? Por anos, Kauê Agramont Varela defendeu o cristianismo protestante com firmeza. Debatia ateus, refutava católicos, combatia Roma com a convicção de quem se considerava um soldado da fé. Ele conhecia as Escrituras, estudava Lutero, Calvino, Arminius, o adventismo, o molinismo. Refutava católicos que mal compreendiam sua própria doutrina e via-se como um arauto da verdadeira fé cristã. Mas a verdade tem um efeito colateral perigoso: ela não pode ser ignorada para sempre. A cada novo estudo, a cada nova descoberta, as muralhas de suas certezas começaram a ruir. A sucessão apostólica, a autoridade do Magistério, os milagres eucarísticos, a coerência histórica da Igreja Católica – tudo se acumulava como uma avalanche impossível de conter. A luta para sustentar o protestantismo tornou-se cada vez mais difícil, até que uma única conclusão restou: a Igreja Católica não era o erro que precisava ser combatido, mas a verdade que sempre esteve ali, esperando para ser reconhecida. Este livro não é uma história confortável. Não há conversões emocionais, não há experiências místicas de arrebatamento. Há apenas um homem diante da dura realidade de que tudo o que ele acreditava ter desmontado com lógica e argumentos era, na verdade, a única estrutura que permanecia de pé. Se a verdade existe, não cabe negociá-la. Cabe aceitá-la, custe o que custar. A questão é: você teria coragem de seguir a verdade se ela desmoronasse tudo o que você sempre acreditou?