Um surto de possibilidades traz a história de superação do farmacêutico Ricardo Murça que em setembro de 2022, em um momento pleno de sua vida em relação à família, estudos, trabalho e renda foi acometido por uma doença terrível, chamada Síndrome de Guillain-Barré, uma patologia rara e autoimune, que em menos de 24 horas, o deixou completamente paralisado do pescoço para baixo. Uma freada brusca em que tudo parou, assim, do nada, num flash. Do lado de fora do hospital, amigos e familiares se perguntavam sobre o que era essa doença. Sua esposa passou, do dia para a noite, a liderar sozinha uma família que tinha um ritmo pesado para duas pessoas, cercada de incertezas e com o peso do mundo sobre as costas. Murça foi internado, perfurado, examinado e intubado. Durante a intubação teve uma tromboembolia pulmonar e quase foi levado dessa vida. Na UTI, desenvolveu infecção pulmonar e mais uma síndrome rara, a Síndrome de Ogilvie e, passou raspando pela cirurgia. Não distante, foi traqueostomizado e teve episódios psiquiátricos graves em função dos medicamentos. Em casa, os problemas ampliavam sociais ampliavam as complicações. Uma das empresas que Ricardo trabalhava rescindiu seu contrato sem lhe dar a opção do afastamento pelo INSS, e sua filha de seis anos oscilava entre a ansiedade e a depressão e mal com seguia ir para a escola. O sogro e sogra, que os apoiavam, sentiam o estresse e o cansaço da vida paulistana. Amigos e familiares se revezavam para as visitas, visando levar apoio e acompanhar a evolução do quadro. Vários ecossistemas foram tirados do eixo. Foram mais de setenta dias de luta entre a fase aguda e a primeira fase de reabilitação, num sobe e desce de piora e melhora que parecia que duraria muito, muito tempo. O prognóstico era de sequelas, de começar a andar a partir de um ano, e de um horizonte de incertezas. Os relatos eram de uma recuperação possível, mas lenta e demorada. Ricardo sentia dor, tonturas, inchaços, musculatura flácida e muito reduzida. Precisava de ajuda para quase tudo. Mas com força, buscando motivação e a consciência plena, o jogo virou e, ele, que estava totalmente dependente, voltou para casa, descansou, retornou ao ambiente ao qual pertence e alinhou seus pensamentos. "Não conseguia enxergar uma vida improdutiva, dependente, longe da minha família, amigos e trabalho, ou seja, daquilo que mais amo", disse Ricardo. Hoje, entre uma sessão e outra de fisioterapia, Ricardo nos presenteia com esse livro repleto de lições de superação, amor, motivação, determinação, resiliência e da importância do autoconhecimento. "Estou andando, trabalhando, dirigindo, cuidando dos meus filhos e da minha casa, resolvendo problemas, apoiando minha esposa e fazendo voltar a girar a roda desse engenho maluco que é a nossa existência na terra", diz ele. "Não estou plenamente recuperado e sei que ainda tenho um caminho longo pela frente. Voltei ao normal? Na verdade, hoje tenho um novo normal, com muitas possibilidades e muitas mudanças. Foi preciso muita perseverança, foco, resiliência, amor, buscar motivação e focar na superação dos obstáculos que pareciam não ter fim." - Venha comigo nessa jornada de aprendizado, amor e superação!