Na obra "Um rumo qualquer", a autora apresenta uma sequência de poemas como se fosse contando histórias. E assim, seguem seus versos numa poesia composta por linguagem simples, através de poemas curtos e objetivos, sem perder a originalidade. Eles surgem através de unidas composições, como notas musicais mescladas que vão seguindo livres e harmonizadas. Há uma junção de passagens que intercalam entre o humor e o tédio do cotidiano. Muitas vezes, estes poemas chegam a brincar, a rir, imaginar (criando estórias), a sonhar, chorar, viver, observar e respirar. Também apresenta momentos de ironia, de tristeza, de romantismo, de solidão e de irreverência (este, talvez quase em todo o texto) e de uma leve impressão de bisbilhotagem sobre a vida dos outros - bastando através de um poema, serem observadas representações de sentimentos, horizontes, rotinas, retratos, ou mesmo, dando a ideia de que a vida pudesse ser reinventada para eles. Mas o que é poesia, afinal? Não é a própria vida? Sem vida, não se cria, não se imagina, não se sonha, nada se vive. Conclui-se que todas as passagens, etapas, períodos, rotinas que passamos são compositores da poesia. A vida nos impõe a seguir algum rumo. É escolher este rumo, que se preenche a vida. E isto é poesia: um rumo qualquer que escolhemos, que conseguimos, que estabelecemos, é o que cria uma poesia, o que nos inspira a viver a nossa vida.