O ser humano é um ser relacional e se desenvolve no contexto de interações. Sua participação em grupos possibilita a formação de laços intensos, contínuos e recíprocos, gerando benefícios à saúde mental. Uma vez que a necessidade de estabelecer relações parece atribuir significados à existência humana e oportunizar a cada indivíduo (re)conhecer-se como ser no mundo, entende-se a importância de produzir conhecimento sobre grupos e suas contribuições para ações terapêuticas com foco no luto. O presente estudo, portanto, assenta-se em três diferentes momentos: 1) estudo exploratório da literatura acerca da contextualização histórica de grupos; 2) considerações sobre trabalhos científicos publicados entre 2015 e 2020 a respeito de propostas grupais no apoio ao luto realizadas no Brasil; e 3) análise qualitativa de dados recolhidos por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas com coordenadores de grupos de apoio ao luto de diferentes partes do Brasil, encontrados a partir de filtros específicos utilizados na pesquisa. Com base na análise dos dados coletados, pretende-se identificar aspectos da competência cultural de psicólogos com experiência de apoio ao luto em propostas grupais oferecidas no Brasil que apresentem funções terapêuticas para a demanda específica e avaliar a efetividade dessas experiências tendo o modelo do Processo Dual do luto como referência, considerando redução de sintomas de enlutados e viabilizando seu reinvestimento na vida e nas relações.