Esta história escrevi quando tinha 15 anos, como uma brincadeira durante uma aula de redação. Na época, escrevia melhor que hoje em dia, pois treinava muito e lia muito, coisa que sempre fiz desde pequeno, graças à minha tia Sílvia, que me estimulava, e à sua biblioteca particular (um quarto forrado de livros nas quatro paredes). Fausto é um poema famoso escrito por Goethe. Na época, não sabia disso, e não existia a facilidade que temos hoje para pesquisar sobre o assunto. Desse modo, como eu havia ouvido falar sobre Fausto e notado a relevância desse título quando era citado, mas desconhecia o conteúdo, criei minha versão sobre ele como brincadeira. Na época, quando a terminei, optei por não entregar a redação ao professor, pois achei a história estranha demais, e achei que seria motivo de chacota ou internação. Hoje, com mais caminhos percorridos e com o reavivamento do gosto pela escrita, reavaliei a narrativa e compreendi sua profundidade. Optei por deixar mais essa lição para minha filha. Trata-se de um relato de autoconhecimento. Nem sempre o percurso dos outros é igual ao seu. É importante reconhecer isso.