Você já se imaginou dentro de um filme sobre um grande reino cercado pela maior muralha já construída e testemunhando o seu rompimento por um inimigo invisível? Pensou que neste reino havia toda sorte de visitantes e guerreiros de outros reinos, soldados, bandidos, cientistas, cossacos, ninjas, mongóis, samurais, celtas, legionários, tuaregues, ianques, etc., apesar dos seus diferentes costumes, todos estavam mascarados e empenhados no combate aproximado contra um inimigo comum, tão pequeno quanto invisível a olho nu e sem a arma certa para combatê-lo? Pensou ainda que no final de cada batalha ocorriam tantas mortes cujos corpos eram simplesmente enterrados em vala comum ou incinerados, porque não tinha possibilidade de se fazer um velório familiar e um sepultamento digno? Você já se imaginou noutra sessão assistindo e ao mesmo tempo participando deste filme mundial sobre outra batalha ainda contra o mesmo inimigo, entretanto usando uma arma transportada em foguete contra si mesmo, inventada pelos visitantes logo depois do rompimento daquela muralha? E já cogitou também nos seus sinais vitais vistos ou visualizados num monitor, no qual você e os outros atores também usavam máscaras para se protegerem uns dos outros ao desempenhar os seus papéis, ora de paciente, ora de combatente de saúde conforme o enredo e os roteiros inesperados? Você já se imaginou que por causa deste filme teria a necessidade de respirar uma porção de ar que já foi respirado por você e, sem querer, sentir o cheiro do seu próprio hálito ou, quando desejar, não sentir cheiro algum? Se você está lendo este texto é porque provavelmente enfrentou aquele inimigo com uma vacina de seringa em forma de foguete, usou seu próprio exército de defesa e/ou usou máscaras e até sentiu em algum momento um puxão de orelha feito pelo elástico em si mesmo, pela sua boca ou pelo seu nariz como advertência a viver em UM MUNDO MASCARADO encarando a pandemia.