Este livro traz uma investigação do lugar (ou lugares) da disciplina Filosofia a partir do seu histórico de intermitência (ora presente, ora ausente) nos currículos escolares, considerando o período de 1961 a 2008. A escolha dessa proposta se deve principalmente à hipótese de que a obrigatoriedade da Filosofia como disciplina e a existência de um currículo base não delineiam precisamente um lugar (ou lugares). No primeiro capítulo, apresento os múltiplos sentidos que a Filosofia pode assumir como disciplina, apontando as implicações positivas e negativas que podem ocorrer, tomando uma posição de apoio à sua escolarização como tal. No segundo capítulo, exibo um quadro geral sobre a história da disciplina na escola média brasileira, no período estipulado, identificando sua presença e ausência nos currículos escolares. No terceiro e último capítulo, abordo, primeiramente, as circunstâncias em que são selecionados os saberes que serão definidos como disciplinas constituintes do currículo, mostrando que esse processo não é neutro nem se configura em questões meramente técnicas ou científicas, mas ocorre num jogo de forças, disputas e conflitos, destacando, neste caso, os embates em torno da construção do lugar da Filosofia no currículo médio. Depois, apresento os lugares da disciplina Filosofia a que esta pesquisa alcançou.