Os prêmios já se tornaram rotina na vida do escritor Alejandro Palomas, mas Um filho obteve uma quantidade de lauréis maior do que a habitual, recebendo, entre outros, os prêmios Joaquim Ruyra de Narrativa Juvenil, L'illa dels Llibres, e o consagrado prêmio Nacional de Literatura de Espanha.
Guillermo, chamado por todos de Guille, não consegue se comunicar bem com o pai, Manuel Antúnez, em decorrência das limitações normais de uma criança de oito anos. Por outro lado, seu pai se sente incapaz de colocar em palavras os reais motivos da ausência da mãe adorada, Amanda, por medo de ferir o filho. Assim, Guille só consegue dialogar bem com Nazia, vizinha paquistanesa que também é sua colega de escola, cujos pais têm problemas de comunicação por outras razões, de ordem cultural. Em meio a tantos silêncios, meias palavras e mal-entendidos, Guille só vislumbra uma saída: transformar-se em Mary Poppins.
Isso, evidentemente, gera outros tantos problemas de comunicação, mas o tempo demonstrará que ele está certo e é o único capaz de encontrar a saída, sem nem mesmo precisar apelar para a palavra mágica: Supercalifragilisticexpialidoce.
O tema de Um filho é um dos preferidos de Alejandro Palomas: a questão da incomunicabilidade, que, paradoxalmente, tem aumentado e se tornado crítica em um mundo dominado pelos meios de comunicação e pelas redes sociais, no qual muito se fala, porém pouco se diz.