"Nas narrativas que enfeixam essa nova e delicada safra de histórias, sobressai um certo hibridismo de gênero, sendo muitas vezes tênue a fronteira entre o conto e a crônica, pois, habilidoso escultor, o escritor constrói uma tessitura que funde realidade e ficção, cujo resultado culmina numa epifania de linguagem.
Mapeando nosso rio existencial, 'Um certo nascer ali' tem como matéria a humanidade que há nas coisas simples e nas histórias comuns, resgata a poesia dos pequenos gestos e acontecimentos, dialoga, em clave drummondiana, com 'o tempo presente/ os homens presentes/ a vida presente'. Ao realizar singularíssima imersão naquilo que poderia nos passar despercebido no galope dos dias, mas que na ótica singular do autor adquire plenitude e hierarquia, pois referem-se ao que nos é ancestral e profundo, Moacyr projeta seu feixe luminoso para além das circunstâncias, mergulha no insondável, penetra o intangível e captura, à moda de um Saint-Exupéry, o essencial e invisível aos nossos olhos."
— Ronaldo Cagiano