Faz-se comum a tentativa de categorização desse tipo de livro. Talvez pensemos nele como uma obra, mas ao terminar sua leitura perceberemos que ele jamais termina. Nesse entendimento, nem pretende ser obra, nem pretende ser livro (se é que o leitor entende a dissociação entre as duas composições) e sem pretensão alguma vai além e se transforma em um presente. Enquanto leitores, somos presenteados por pensamentos brilhantes de um homem hodierno que compreende que "somente a dureza faz um coração descansar dos desejos que o devoram". Do regional ao universal, os textos aqui dispostos, contos, crônicas e poesias, reforçam em nós dissidências humanas percebidas na literatura desde os primórdios. Em relação intertextual, eu pensaria na leitura aqui exposta por meio de uma breve fala imputada ao grande Horário (65 a 8.a.c.), para quem "a vida nunca deu nada aos mortais sem grandes fadigas". A partir disso, descobri: "O que o Antonio Henrique fez prescinde o estético, pois a capacidade dele com as palavras refrata o melhor de um homem de seu tempo, em diálogo com seres de outros tempos!" Antonio Henrique é "pescador de palavras em um céu de nuvens de histórias".