Descendente de armênios, Meliné cumpriu todas as expectativas ancestralmente depositadas nela: casou-se com Zohrab, cuidou da casa e da filha, Aline, honrou e frequentou a família, os eventos, as práticas.
Um dia, em um telefonema, uma notícia invade seu mundo na frequência de um abalo sísmico. Incapaz de lidar com a mudança, Meliné mergulha em suas origens procurando se abrigar nas lembranças e particularidades da cultura armênia – costumes, uma língua própria, os pratos típicos da culinária – e nas vozes das mulheres, todas como ela.
Nesse processo, vive a delicada tensão entre submeter-se ou libertar-se de uma tradição que oprime, mas também acolhe; que amarra, mas também afaga; que protege, mas também limita.
Em Um amor de filha, Meliné compartilha protagonismo com a saga de sua família e as tradições da comunidade armênia. Assim, abre espaço para pensarmos a relação entre mãe e filha e a condição feminina. Tudo isso a partir de um ponto de vista até agora pouco explorado na literatura brasileira.