Ao escrever o Ubuntu, não tive a pretensão de ser um livro no qual expõe- se fundamentos e rituais do candomblé. O livro tem a intenção de ser uma ferramenta de esclarecimento, pois muitos dos meus amigos que não são iniciados, porém, gostariam de entender o mínimo dessa religião que é tão perseguida pela intolerância religiosa. Ao meu ver a intolerância é consequência de uma total ignorância. Esse foi o meu maior estimulo e é essa a minha grande intenção, desmistificar histórias contadas de quem não faz a menor ideia do que está falando. Descrever com simplicidade no que acreditamos, e como desenvolvemos a nossa fé, e os nossos rituais. Simples assim. Ubuntu -Um conto africano. Um antropólogo visitou um povoado africano. Ele quis conhecer a sua cultura e averiguar quais eram os seus valores fundamentais. Assim que lhe ocorreu uma brincadeira para as crianças. Ele colocou um cesto de frutas perto de uma árvore. E disse o seguinte às crianças: - A primeira que chegar à árvore ficará com o cesto de frutas. Mas, quando o homem deu o sinal para que começasse a corrida em direção ao cesto, aconteceu algo inusitado: as crianças deram as mãos umas as outras e começaram a correr juntas. Ao chegarem ao mesmo tempo todos desfrutaram do prêmio. Eles se sentaram e repartiram as frutas. O antropólogo lhes perguntou por que tinham feito isso, quando somente um poderia ter ficado com todo o cesto. Uma das crianças respondeu: - Ubuntu . Como um de nós poderia ficar feliz se o resto estivesse triste? O homem ficou impressionado pela resposta sensata desse pequeno. Ubuntu é uma antiga palavra africana que na cultura Zulu e Xhosa significa 'Sou quem sou porque somos todos nós'. É uma filosofia que consiste em acreditar que cooperando se consegue a harmonia, já que se consegue a felicidade de todos. Ubuntu pra você!