O presente livro se debruçou em entender os sismos e impactos que corpos docentes, discentes e dissidentes geram na educação institucional enquanto movimento de travessia de monstruosidades, buscando provocar e contribuir com os debates e as disputas sobre políticas educacionais e diferenças na atualidade no Brasil. Trabalhei com os Estudos Monstros em uma perspectiva de corte e costura de marcadores sociais da diferença, instaurando estranhezas e extrapolando as noções de identidade. A monstra sempre escapa. Com forte diálogo com os estudos das sexualidades, gêneros e corporalidades dissidentes (Teorias Queer, Crip e Freak), atravessada pela cultura da modificação corporal não hegemônica (piercing, tatuagem, escarificação e implantes), houve na pesquisa um trabalho de campo extremamente importante que contou com a contribuição de cinco monstruosidades que fizeram e fazem suas travessias na educação. Seus corpos e corpas atravessam a instituição, ao passo que são atravessados por ela. Ruídos. Respostas. Produções visuais brotaram desses cruzamentos e ilustram as páginas seguintes. Escapam das páginas. Entrecruzo a pesquisa com a minha autobiografia, considerando que é um trabalho acadêmico sobre travessias de monstruosidades e executada por uma monstra, que nas pontas de suas línguas se articula no espectro da denúncia e anúncio sobre uma educação que tem faltado e falhado miseravelmente com determinadas multidões e legiões: como a que eu faço parte. Rachadura.