SAGA SURREAL NUM THRILLER JORNALÍSTICO
A morte e suas solenidades – embalsamamento de um amigo (vol. 1), suspeita de enterro de um falso PC Farias nas exéquias do ex-tesoureiro de campanha de Fernando Collor (vol. 2) e, agora, a inacreditável aventura de exumação ilegal de cadáveres num cemitério de indigentes, que o autor confessa ter protagonizado neste volume 3 – é um campo narrativo rico que permite a Luís Costa Pinto seguir contando a saga política do Brasil no "universo paralelo" das histórias que testemunhou e maus uma vez divide conosconeste novo Trapaça.
Conservando o estilo de thriller jornalístico que é a marca dos dois primeiros volumes, agora Costa Pinto traz o relato de como e por que decidiu largar as redações ao brigar com o diretor de redação da revista Época ao discordar da adulteração de uma entrevista para preservar o então senador Antônio Carlos Magalhães, amigo do diretor; e as razões de ter desembarcado do Correio Braziliense, onde era editor-executivo, depois de descobrir a bancarrota do jornal.
Convertido ao marketing político e ao mundo da consultoria de comunicação e análise estratégica de projetos, o jornalista transita do bunker da campanha presidencial de Ciro Gomes em 2002 ao posto de testemunha ocular da gênese do golpe que foi o impeachment sem crime de responsabilidade de Dilma Rousseff em 2016, passando por outras campanhas políticas e pela turbulência de escândalos como o da Ação Penal 470 (vulgarizado como "Mensalão") até a derrocada do bicheiro Carlinhos Cachoeira e da Lava Jato, e nos premia com relatos saborosos do bastidores de todos esses conflitos que marcaram a trajetória política do Brasil contemporâneo.
O volume 3 de Trapaça – Saga Política no Universo Paralelo Brasileiro é mais livro imperdível do jornalista que consegue narrar os fatos que protagonizou, sem aliviar os baques sofridos por ele mesmo e refletindo sobre os próprios erros para extrair fôlego dessas quedas. Ao chegar no fim dos relatos de Luís Costa Pinto aqui contidos, o leitor se verá rememorando a História do País a partir das histórias vividas por ele. Como diz o autor no bordão que popularizou em ruas redes sociais, "vale, vale"! Comece já, tenho certeza que me dará razão.
Luiz Fernando Emediato,
Editor e Publisher