O livro trata acerca de como um sistema de transporte coletivo, mais especificamente o metroferroviário, pode contribuir, na sua relação com políticas de uso solo, para a produção de uma cidade mais coesa e menos desigual, atuando como um instrumento de renovação e democratização urbana, sobretudo junto a grupos e áreas menos privilegiadas. As relações entre transporte, circulação e uso do solo ganharam nova importância a partir da década de 1990, no Brasil e no mundo, com destaque para o papel das estações de transporte rápido, conectando e relacionando áreas, atividades e pessoas, processo esse conhecido como "Desenvolvimento Orientado pelos transportes" (DOT), voltado para o planejamento e organização territorial, visando o uso e a ocupação do solo compatíveis com a rede de transporte público. Apesar dos casos aqui apresentados não serem suficientes para fundamentar afirmações gerais, considera-se importante que o planejamento urbano e a ação pública assegurem um maior reconhecimento e aproveitamento das possibilidades de relação dos transportes coletivos com a cidade, não apenas de deslocamento, consumo ou lucratividade, mas também no incentivo a misturas e respostas às expectativas, diminuindo as disparidades sociais, contribuindo para uma outra e mais humana relação dos transportes coletivos com a cidade.