Este livro relativiza a visão de que adolescentes e jovens das classes trabalhadoras ou das camadas populares, em particular os negros, são todos trabalhadores precoces em potencial ou trabalham necessariamente por privação econômica. Nesse estudo, temos quatro famílias, duas organizadas tradicionalmente e duas chefiadas por mulheres. Nas quatro famílias, a situação das adolescentes é a mesma: são estudantes, não trabalham fora de casa, e quando uma delas trabalhou, foi contra a vontade da mãe. Expectativas profissionais muito próximas e a busca de autonomia e independência econômica futura caracterizam as cinco "meninas".
O livro, fruto da dissertação de mestrado, foi desenvolvido nos finais dos anos de 1990 e, (in)felizmente, mostra-se tão atual, isto é, ainda é preciso muito investimento para qualificar o nível de desempenho escolar de instituições públicas periféricas, e "esperançar" nossas novas gerações a projetar melhores e promissores futuros. O estudo serviu também como inspiração metodológica para outras análises das relações interétnicas e educação, por outros estudiosos e instituições.