A reflexão filosófica pela tradução adquire novos sotaques, novas ênfases, atingindo universos impensados pelo próprio autor, estabelecendo diálogos para além das suas fronteiras geográficas e culturais. A filosofia cresce, avança e dá frutos pela tradução. A tradução é um modo de fazer filosofia e não uma práxis de segunda ordem. O livro de Saša Hrnjez é singular porque, por um lado, foi escrito em língua italiana por um filósofo de madre língua sérvia e, por outro, porque é um livro traduzido sobre filosofia da tradução. Essa singularidade coloca no centro da reflexão filosófica não a sua coincidência radical com o original, a sua fidelidade ao original como aedequatio, senão o seu chamado radical e constante a traduzir. Os chamados intraduzíveis, longe de manifestarem a impossibilidade da tradução, mostram, na realidade, a inexauribilidade de toda e qualquer tradução" (retirado do prefácio).