Este livro apresenta os resultados de uma pesquisa de mestrado dedicada a compreender as práticas de preservação cultural das mulheres bolivianas indígenas conhecidas como cholas, residentes na fronteira entre Corumbá (Brasil) e Puerto Quijarro (Bolívia). Com identidade fortemente marcada pelo uso das polleras, tranças e outros elementos tradicionais, as cholas são símbolo de resistência cultural em uma região atravessada por dinâmicas migratórias, econômicas e sociais. A obra analisa o impacto da colonização na formação identitária dessas mulheres e explora as transformações culturais vividas por elas no contexto fronteiriço, com destaque para o comércio transfronteiriço e as percepções de discriminação relacionadas à vestimenta tradicional. A pesquisa combina levantamento bibliográfico e entrevistas comparativas com cholas que atuam em ambos os lados da fronteira, revelando semelhanças e contrastes em suas trajetórias migratórias, experiências cotidianas e estratégias de afirmação cultural. O estudo evidencia o papel central dessas mulheres indígenas na preservação dos saberes ancestrais dos povos quéchua e aymara, reforçando a importância da identidade chola como forma de resistência frente aos desafios impostos por um território marcado por disputas simbólicas e econômicas. Uma leitura essencial para quem se interessa por estudos de fronteira, identidade e culturas andinas.