Este livro estuda a teoria do valor-trabalho na obra Miséria da Filosofia de Karl Marx. Escrita em 1847, num efervescente contexto político, o texto traz elementos que permitem ao autor, ainda que de maneira incipiente, apresentar uma crítica à teoria do valor-trabalho elaborada pelos economistas clássicos e, concomitantemente, apontar um desenho inicial da sua teoria do valor-trabalho. Esses elementos são: a análise da realidade a partir de uma visão materialista da história, na qual se evidencia a interação entre o desenvolvimento das forças produtivas e as relações de produção; o debate com os socialistas da época, especialmente Proudhon, destacando o problema de ocorrer dentro do modo de produção capitalista a troca de quantidades iguais de trabalho; e uma sistematização dos estudos econômicos, na qual a teoria do valor-trabalho é admitida como a mediação necessária para o entendimento da origem da acumulação de riqueza, apesar de o autor, naquele momento, encontrar-se distante da descoberta da mais-valia.