O livro de autoria de Edmar Lopes, cujo título já diz muito, "Trabalho, Pandemia e Subjetividade: vivências cotidianas de profissionais em ambiente hospitalar", já mostra o seu escopo: demonstrar como os profissionais da área da saúde enfrentam o não reconhecimento do seu trabalho e sobrevivem ao sofrimento no cotidiano laboral no contexto da pandemia causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
Pelos problemas abordados neste importante livro, as questões que envolvem a saúde mental e o trabalho na mais grave crise sanitária em mais de cem anos, tornam-se pontos fundamentais de preocupação para aqueles que exercem profissões relacionadas ao cuidar do outro, como enfermeiros, médicos, psicólogos etc, principalmente quando se sabe que a separação entre mente e corpo é apenas uma questão semântica, didática, e que o conceito de saúde vai muito além do que a mera ausência sintomática de doenças.
O trabalho não pode ser uma negatividade da vida, mas, muito pelo contrário, a expressão desta, coisa que o capitalismo, em quase todas as versões apresentadas no decorrer da história, não permitiu que ocorresse. Esta obra escrita por Edmar Lopes, que tive o prazer de prefaciar, nos convida a entendermos melhor a subjetividade daqueles que tem por missão salvar vidas. Boa leitura!