O direito à reserva da vida privada não se esgota na autodeterminação informativa, mas inclui também várias outras óticas de proteção, como, por exemplo, o livre desenvolvimento da personalidade. Sendo assim, o núcleo essencial desta obra consiste na análise da instrumentalidade deste direito tão amplo, em relação à salvaguarda da liberdade dos trabalhadores. Como as formas de exploração de trabalho forçado são mais sutis e simuladas nos dias atuais, torna-se mais fácil a sua percepção pelo viés da violação ao direito de reserva de vida privada. Afinal, ao ingerir na vida de um indivíduo de forma a tolher-lhe a possibilidade de decidir acerca de seu cenário laboral, ofende-se frontalmente o livre desenvolvimento de sua personalidade.