O Arquipélago de Ilhabela não é só um acidente geográfico. Lendo este livro você vai descobrir neste município encantos e mistérios impensáveis. A natureza a vestiu como rainha, deu-lhe contornos perigosos e paisagens fascinantes; o tempo encarregou-se de cercá-la de histórias impressionantes. Ela é puro fascínio. Encantou-me de tal jeito que me obriguei a pesquisar por 40 anos, em terra e no mar, lutando contra a escassez de documentação, tentando quebrar seu escudo de correntes e marés. Agora, encarei a tarefa de mostrar o maior de seus mistérios, pelo menos dos que eu conheço. Acompanhe-me, leitor, nesta viagem. Nossa história começa em 1591, com a segunda expedição de Thomas Cavendish, e adentra até os nossos dias. Nestes séculos Ilhabela assistiu a idas e vindas de gentes de todos os credos e idiomas: os índios donos da terra, portugueses descobridores, espanhóis relutantes, corsários e piratas franceses, holandeses e ingleses e até tripulantes orientais. Naus portadoras de aventureiros, sonhos e riquezas Os fatos deixaram no Arquipélago terreno fértil para a imaginação: figuras míticas, tesouros, lutas e desastres criaram no imaginário caiçara um vasto repertório de histórias. Se Ilhabela já inspira muitos causos, tem um lugar em especial em que eles são mais enigmáticos: o Saco do Sombrio. O isolamento, as características geográficas, sua gente simples e corajosa (embora ainda existam pessoas que os tachem de preguiçosos e desonestos) transformaram este lugar protagonista das mais intrigantes histórias: as expedições corsárias, o tráfico clandestino de escr avos, a guarda de r iquezas, nauf rágios... No século XX, juntam-se imigrantes japoneses, um engenheiro belga, um obstinado advogado, um imenso tesouro... Ficou curioso? Então acompanhe-me nesta viagem. Com certeza irá se encantar com as nuances do Sombrio, com seus enigmas e sua história. Boa leitura!