A melhor defesa do SUS não é um discurso bem elaborado, contextualizado nas diretrizes da OMS ou do Ministério da Saúde, que conforma uma concepção de saúde que contesta o modelo biomédico da atenção, predominantemente individual e voltado quase exclusivamente para ações curativas. A melhor defesa do SUS é fazê-lo respeitando os seus princípios fundamentais, dos quais se destaca a integralidade da assistência, como está expresso no art. 7° da Lei 8080/1990, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema. Este livro discute, não só os conceitos, mas a operacionalização dos conceitos que podem levar a à reorganização dos processos de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde da Família, para que o SUS seja mais resolutivo; para que as ações e práticas de saúde considerem o indivíduo, mas também os grupos sociais e o lugar onde vive; para tratar a doença, mas também evitar que as pessoas adoeçam. A territorialização da saúde é o caminho para a integralidade, que permite contextualizar a clínica e estabelecer ações de prevenção e promoção da saúde.