A existência humana esteve sempre ligada ao consumo de alimentos, os quais, além de contemplarem a compleição física e nutricional dos indivíduos, são partes da cultura e inerentes às questões sociais das mais diversas categorias sociais. Entretanto, o modo de produção capitalista que se intensificou com a globalização neoliberal atingiu o mercado contemporâneo, afetando tudo que é produzido e colocado como produto, inclusive os alimentos. Essa obra analisa como a agricultura foi subsumida pelo capitalismo, transformando seus frutos (os alimentos) em regimes alimentares e commodities, que estão a serviço das empresas agrárias. Todo esse processo de territorialização dos alimentos lhes retirou o caráter de direito humano, transformando a acepção de Direito Agrário contemporaneamente à medida que foram sendo construídos impérios alimentares que comandam a produção e comercialização mundial de alimentos em todo o planeta. Os referidos impérios invisibilizam uma multiplicidade de sujeitos do campo, lhes retirando seus modos de produção e os condicionando a produzir à medida das exigências do mercado.