Três cosmovisões e um mesmo sonho. De ver uma terra livre de desigualdades, fome, opressão, violência, guerras, doenças, emergências climáticas, sofrimentos e morte total. Esperança comum de um lugar na História e de uma História onde tenha lugar a cooperação, o cuidado, a justiça socioambiental, a solidariedade, a convivência harmoniosa com a natureza, o bem e a paz duradoura. Nascidas em contextos distintos, a mística Guarani, identificada com a Terra Sem Males (Yvy Marã E'ỹ); a fé cristã, sintetizada no Reino de Deus; e a sabedoria andina traduzida no Bem-Viver (Sumak Kawsay) atravessam os tempos como utopias urgentes e coletivas. Como inédito viável, sempre pulsante e em (re)construção. Sonhar não é o bastante, mas é imperativo e indispensável. Sonho que precisa unificar-se decididamente na defesa da Casa Comum, com ética e responsabilidade. Essa é a principal das nossas lutas atuais. Porém, permanece a pergunta: estamos dispostos a abandonar nossos modos de vida insustentáveis ou preferimos não nos preocupar com as persistentes agressões e as emergentes tragédias que produzimos para nós mesmos, para os ecossistemas e para a natureza como um todo, da qual fazemos parte? O futuro na Terra só será possível se optarmos pela ecologia integral; se a sustentabilidade integrada for nossa causa comum e radical no presente.