Na Amazônia isolada, um povo indígena é vítima de exploradores impiedosos. Uma mulher de força indomável, um repórter em busca da verdade, um dono de garimpo corrupto, um capitão oportunista e uma cidade decadente na floresta formam o cenário da trágica história da construção de uma ferrovia. Na terra dos Maskois, as pessoas nascem do barro, mas a Companhia Ferroviária está com pressa e não espera o processo natural dos fetos. Em resposta, a Terra desencadeia uma epidemia mortal. Chuvas incessantes encharcam o solo da floresta. A empreitada brutal exige muitos trabalhadores e o barro precisa parir os novos miseráveis que a ferrovia vai engolindo, mas será que o barro quer ou pode continuar a parir? No coração da floresta, onde a nova geração de Maskois deve nascer, o ventre da Terra começa a dizer não através de uma epidemia implacável e misteriosa. A tragédia não é apenas a chuva torrencial, mas a vida que não se levanta mais do solo. No garimpo de gente, o ritmo antinatural desenterra apenas seres mutilados ou natimortos, inúteis para a Companhia. E o povo, sem esperança, não quer mais aguardar silenciosamente uma redenção que nunca chega. "Teoria dos rostos" é um romance amazônico que explora o conflito entre a ganância humana e a força da natureza, mergulhando na rica tradição do realismo mágico latino-americano.