É possível contar a história de uma tecnologia social como a Pedagogia da Alternância (PA) e analisar seus processos atuais de expansão por meio da Teoria do Ator-Rede e das discussões de Adequação Sociotécnica? Esta obra se propõe a esse desafio. Para isso, parte das discussões atuais sobre a Teoria do Ator-Rede e das abordagens de Adequação Sociotécnica, e os inter-relaciona com rotinas organizacionais e tecnologias sociais. A Pedagogia da Alternância é o caso empírico analisado e que proporcionou evidenciar novas conceituações e definições desses construtos, principalmente como as tecnologias sociais podem ser atualmente compreendidas.
Diferentemente de pensar que tecnologias sociais, como é o caso da Pedagogia da Alternância, são "produtos, técnicas e/ou metodologias reaplicáveis" que "causam transformações sociais", conforme tem se consolidado conceitualmente no Brasil, este livro vai mostrar que, pelo contrário, a Pedagogia da Alternância faz parte das mudanças realizadas pelas próprias associações de atores envolvidas com essa tecnologia social, sendo vista como um conjunto de inscrições, definidas e implementadas por cada associação resultante de suas próprias translações. As dificuldades atuais de se adequar as tecnologias sociais às demandas e necessidades das comunidades atendidas se dão porque as bases sociotécnicas em que se baseiam as implementações e reaplicações das tecnologias sociais, visando a mudanças e transformações sociais, não são unicamente causas, mas também os próprios efeitos das translações dos atores-rede envolvidos com essas tecnologias.
O livro, desse modo, é um convite para o leitor seguir os rastros (ou o transladar, como se diz na linguagem da Teoria do Ator-Rede) de uma das tecnologias sociais de maior sucesso no contexto mundial atualmente.