Neste livro, o autor analisa um importante conceito elaborado por um dos principais expoentes da ciência política no século XX, Robert Dahl. De acordo com Dahl, a palavra "democracia" evoca o cenário grego original, remetendo-nos a uma realidade em que todos os cidadãos participavam e deliberavam diretamente em praça pública sobre os assuntos de interesse da cidade. As democracias contemporâneas são, sob vários aspectos, pobres aproximações dos ideais democráticos, sendo mais bem definidas quando levamos em conta as suas características constitutivas. É a partir dessa ideia que foi formulado o conceito de "poliarquia". A poliarquia, em tradução literal, "governo de muitos", é um regime que compreende a competição relativamente aberta de elites políticas por meio de disputas eleitorais, num sistema em que há uma pluralidade de forças, organizações e formas de influências políticas sobre a tomada de decisões. Em outras palavras, a poliarquia pode ser entendida como um regime que congrega competição política e participação pública, no qual os cidadãos podem escolher entre as diferentes opções partidárias em eleições periódicas. Desenvolvendo uma interessante e profícua teoria, Robert Dahl procura compreender, dentre outras coisas, quais as condições que favorecem ou desfavorecem a transição de um regime não poliárquico para um regime poliárquico.